sexta-feira, outubro 27, 2006

Sobre Uma Pequena Irritação

Sabe quando você começa a ouvir aquele comentário, que nem é o pior do mundo, e já começa a ficar com vontade de mandar parar e começar de novo, por outro viés?
Pois então.
É a pequena irritação.
A pequena irritação cabe pra quando você não aguenta mais responder à mesma pergunta. Ou ouvir a mesma história, ou, no pior dos casos, as mesmas reclamações.
Não é a sensação de dêja-vú.
Dá vontade de bocejar e contar no relógio quanto tempo vai levar até aquela indignação fake, aquela reclamação fake, aquela cara de zanga fake ou de superioridade fake acabar.
Eu cansei

terça-feira, outubro 24, 2006

Engraçado que depois do último post, Lurch Adams visitou meu orkut.
Pra quê, se não deixou nada escrito e suponho que não ignora que eu posso ver que ele o visitou?
Bobagem?! Claro que é.

Aviso Aos Navegantes

Eu sou uma pessoa ótima, de bom coração e super paciente.
Na maior parte do tempo.
Agora, quando Vênus se alinha com Netuno, na pós-decisão de que Plutão não mais pode ser chamado de planeta... sai debaixo.
Por isso, notifico que não tem nada de engraçado em tentar me tirar do sério. Não tem nada de bacana em tentar ser tão cool...

terça-feira, outubro 17, 2006

Hoje passei pela Paulista e o vi.
Não era alguém que eu quisesse encontrar, mesmo porque... Eu vinha tendo taaaaaaaaanta sorte não o tendo visto desde então.
Mas, eu, dentro da minha adorada Frida, o vi.
Muitos quilos mais pesado, mais barbudo, mas com aquele mesmo jeito de andar, a mesma cara perturbada.
Mesmo sabendo que ele não poderia me ver, me bateu uma vontade de ficar invisível.
Não sinto que fui uma pessoa horrível com ele.
Só não fez o menor sentido nunca.
Não mirávamos os mesmos objetivos, não concordávamos em nada, não falávamos a mesma língua, ao que me parece.
Me irritava a forma como ele sempre tinha que me contar os fatos históricos sobre o filme - como se eu fosse uma ignorante - ou comprava suas opiniões na Veja. Agora aos sábados.
Como não conseguia entrar numa sala de cinema para ver um filme cuja sinopse desconhecesse e que não tivesse total aprovação da crítica.
Como era preconceituoso com ele mesmo.
Não comia comida chinesa porque parecia comida de italiano pobre (!!!!), não conseguia sentir-se à vontade numa mesa onde não se estivesse debatendo algo de importância severa e irremediável.
Não conseguia ter prazer algum, sem se martirizar por não ser um operário, como tinham sido seu pai e seu avô.
No fim das contas, para mim, ele tinha um quê de patético, de abominavelmente caricato. Ele era "O Depressivo", uma personagem "toda de negro" e que "como um homem, honra as botas que veste".
Nada nele era natural ou espontâneo. Subia as escadas, chegava aos lugares, pisando forte, sendo nada além de rude, quando pretendia ser marcante.
Repetia exaustivamente as mesmas histórias, com as mesmas pausas, os mesmos trejeitos, as mesmíssimas palavras. Tudo elaborado demais para apagar o passado de menino pobre da Vila Formosa, mas que só fazia sublinhar o que ele era.
Um bobo da corte.
Muitas vezes, tive a certeza de que era isso que o mantinha sendo convidado para os eventos. Talvez o preconceito seja meu.
Talvez, por eu achar que ele era o bobo da corte e isso era tão evidente pra mim, eu acreditasse que os ditos amigos dele só gostavam de tirar sarro da cara dele.
Essa é uma verdade que eu não vou conhecer.
E quando decidi terminar, estava tão cansada dessa eterna encenação e do drama - além de ter certeza absoluta de que ele era o gay mais gay do lado de cá do Equador - que foi apenas chato. Desagradável.
Eu achava que nos encontraríamos em breve.
De fato, a julgar pelo grau de perturbação do ser, eu achava mesmo que ele ia aprontar alguma.
Mas ele não fez nada. Distância mantida, ok, que beleza.
Na mesma época, também dei uma diversificada proposital em meus ares. O que, como hoje comprovo, só podia me fazer todo o bem que faz.
Muita gente o encontrava e contava. Assim, eu soube que ele tinha encontrado um novo alguém.
Fiquei feliz por ele. Afinal, ela gostava dele mesmo, sempre tinha gostado.
E o tempo passou, a Lusitana rodou. E hoje, eu o vi.
Bom assim.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Adolescentes Umbigocêntricos de Mais de Vinte

Estou sem paciência.
Um pouco cansada de algumas atitudes "umbigocêntricas" que algumas pessoas tendem a ter.
Sabe como?
Um punhado de gente tem a mesma notícia, sofre com o mesmo problema e, pra adolescente em questão é o fim do mundo, "why me? why me?" she screams.
E eu sei, porque também já cansei de ouvir isso, que é extremamente irritante para quem está se descabelando e ateando fogo às vestes, a minha cara de "tá bom. E agora, o que VOCÊ vai fazer a respeito?".
Porque o que eu vou fazer, eu sei. Né, meu bem?

Não sou completamente isenta da "crise de artista". Mas, péra lá! Vamos contemporizar.
Nesse momento, tô sem tempo pra ter bloqueio. As críticas têm que vir suaves. Não ao que escrevo aqui, bah!
Mas, também acho que ESSE momento horrível de indecisão e insegurança está passando, já está quase lá atrás.
E, o tempo passa, e a Lusitana roda...

Estive pensando em uma nova produção artísitca. Uma nova série.
Repetir. Repetir. Até ficar diferente.
É por isso que gosto das séries. Você se envolve com uma temática, uma forma, uma visão, um sei lá o quê e desenvolve, um-dois-dez trabalhos.
Iguais? Mas diferentes.

Enfim, é mais um encerramento.
A faculdade também está quase ficando lá pra trás.
As reclamações que ouço vão ter que mudar de tom. Pra mim, e pra todo mundo, a coisa fica bem mais séria.
Né?
Diz que sim, vai?

Cansei bastante da vanguarda sedenta. Vanguarda canibal.
Você TEM que ver o show certo, ler o autor certo, freqüentar o café certo, usar a marca certa.
Uma banana!!!!!!!!!
Nunca, nem durante a adolescência fui assim. Não vai ser agora, com quase trinta, que alguém vai me convencer que eu só serei quem eu já sou se estiver nos lugares "certos".
AFE! Vanguarda chata, seu moço!

Então?

Então que vale fazer coisa diferente.
Por exemplo. Domingão tem Sipurim no CCJ, e vão contar a história de Sansão e Dalila.
A 27ª Bienal fala sobre Como Viver Junto, na Oca, o acrevo do MAM está exposto. De graça!
Quem não conhece o Empanadas, na Vila Madá, bem que pode ir. E vale também tomar uma champa no Skye, se a fofa estiver abonada.
O bar do Doca tem pinga curtida com fruta. Pinga, não. Perdão... cachaaaaaaaaaaça.
Se o tempo continuar bom, porque não fazer uma caminhadinha?
Quem perdeu, perdeu mesmo, mas estava lá no Ibirapuera, totalmente fora do confinamento dos museus, a exposição Coexistence. E eu, que quase perdi, adorei!

Bom feriado

terça-feira, outubro 03, 2006

Modéstia

Já fui acusada de muitas coisas.
Aprendi a não ser muito modesta, porque ser modesto demais me parece contra as Leis de D'us, que fez a gente tão cheio de capacidades. Parece um crime negar ao mundo que a gente consegue ser bom mesmo, que sente orgulho de ser bom.
Quem se envergonha de ser bom, e cobre isso com essa capa de... ungh... modéstia, não está abrindo mão de ter seu esforço e seus talentos (combinados) reconhecidos?
Não digo que é necessário ser esnobe.
Mas, enfim, não sou modesta mesmo.

Só pra dizer, que recentemente, quando a imodéstia estava muito aflorada e eu fazia um enorme alarde de mim mesma, um idiota disse que isso devia fazer parte do meu processo terapêutico.
Se eu falasse que sim, que era parte de um procedimento para aumentar minha auto-estima, se fosse validado por um psicanalista, ele teria respeitado o que é a simples verbalização da verdade?

Mood: We're Getting Some Fun Out Of Life.
Billie Holliday

segunda-feira, outubro 02, 2006

Das Coisas Que Foram, do Domingo Para Trás

Das Coisas Que São, de Hoje Em Diante



Depois de votar, a convivência em família.
Bonito, muito bonito.
Domingo de chuva combina com preguiça, mas preguiça é um dos sete pecados capitais e eu não acredito assim em pecado.
Mas, meio rendida, meio nem tanto... Fui acompanhar meu namorado à urna.
Cumprida também a obrigação de cidadão (dever my ass!) dele, fomos ao cinema ver Eu Me Lembro. No Unibanco, sala 2. Filme nacional e bastante razoável. Quer dizer... é bom, até o fim, um tanto fantasioso.
Antes, passamos para uma bite n'O Pedaço da Pizza, na Augusta mesmo. Pizza de 3 cogumelos, sem rúcula. E água.

É. Ganhei uns quilos e seria bom perdê-los antes de entrar na espiral enlouquecida do fim do ano. Mas com esse inverno que chegou à Primavera, quando o inverno nunca existiu no inverno mesmo, faz-se muito essa coisa de comer.
E chove.
O que me impossibilita de exercitar-me como gosto, que é andando.

Também fomos na Neto Discos, onde desencavei um Melhor de Mercedes Sosa.
Ia dar pro meu irmão, mas acho que vou copiá-lo.
Para o amado, o Kaya, do Gil, que é muito bom, também.
E os preços? Excelentes.

Vida de Casal

A gente tem feito muito isso, ficar juntinho, se ver todos os dias, dormir nem que seja meia hora juntos todas as noites.
Daí venho para a minha casa e durmo mesmo, na minha cama.
Encontramos amigos, vamos ao cinema, bebemos um pouco, fomos ver o Chico - lindo, maravilhoso! - e conversamos, conversamos, conversamos.
Definitivamente, preciso voltar a trabalhar.
Primeiro porque não trabalhar me faz pensar no armário dele. Será que agora ele tem cabides para todas as roupas?
Quando vem a diarista?
O chão precisa ser limpo, o fogão também.
Não trabalhar me dá também tempo para enminhocar minha cabeça. Se ele não está comigo e não está no trabalho, se não quer estar comigo o tempo todo, onde estará? E, pior, em quem estará pensando.
Mentira. Minha cabeça é só semi-enminhocada, essas questões só valem na TPM.
Mas o que a vida de casal traz de diferente é que você toma decisões a dois.
Tempo demais que não fazia isso. Nos meus últimos relacionamentos (bem, em todos), as decisões eram mais comunicadas. De um lado e de outro.
Talvez nunca tenha sentido esta vontade de estar junto.
De construir junto.
E aí, tudo mudou.

Continuo acreditando nas mesmas coisas.
Não tem essa de "é diferente para os meninos".
QUER DIZER... é sim, diferente, mas cabe a mim e a quem também não aceita isso, não perpetuar este comportamento.

Paternalismo, protecionismo e insensibilidade estão vetadas da minha vida.
O duro é demonstrar para o outro como funciona, na verdade.

Passados

Ontem, ele me mostrou onde morou com a ex.
Taí uma parte da vida dele que eu queria ignorar, que eu não me esforço para conhecer.
Ok, todos temos passado, e o meu foi bastante divertido. Mas meu presente é tão divertido quanto.
Ele não faz isso por mal, e, de fato não existe mal nenhum.
Então, por que eu não quero saber?
Os amigos dele a conheceram. Será que tentam nos comparar? Será que existe algum parâmetro em que nós duas, tão diferentes, podemos ser medidas? Colocadas na mesma balança e ver o prato pender, para lá ou para cá?
Suponho que não.

Ex

Meu último ex-namorado foi um engano.
Como diria Má Werneck, o erro!
Entre milhares de coisas muito estranhas, pensava eu que, se agüentasse tanto tempo com ele a ponto de dividirmos um espaço, não estranharia se um dia chegasse em casa e o encontrasse com as minhas roupas, minha maquiagem... E, provavelmente, pendendo do lustre tendo usado como forca alguma de suas cuecas fio-dental.
Até hoje não entendi a que demônio eu cedi para embarcar naquela relação, mas enfim, isso é passado.

Ao fim desse relacionamento, voltei à terapia. Definitivamente, precisava me tratar.
Adoro isso!
Não vou dizer que cheguei a algum entendimento de fato. Nem pretendo. Por mim, esqueceria este evento e ok, bola pra frente.
E, como a sorte me presenteou, nunca mais o vi. Soube, pouco, dele. E, aparentemente, está muito feliz.
Na medida do possível. Provavelmente devido a um novo anti-depressivo. E à namorada bipolar.
Ok, ok, o veneno vazou. Ups.

Mas, a volta à terapia foi excelente!
Sou fã de terapia.

Piada tosca. Uma amiga foi à psicóloga, que disse a ela que ela não precisava de terapia.
Na hora, eu disse que a psi tinha comprado o diploma. Mas, de fato, a profissional deve ter desistido do caso perdido que se apresentava... HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!

Por hora, está bom.