terça-feira, janeiro 26, 2010

São Paulo Atlântida

Chove. Cidade em estado de atenção.
A manhã foi de sol e calor. Mas... lá pelas três da tarde, tudo muda, o vento levanta a poeira e balança as árvores.
A chuva cai e alaga meia cidade. Estou confinada.

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Depois da apresentação do Ziguezague, um monte de pensamentos.
Também muitas leituras e reflexões.
Tem aquele comentário do Fefê sobre o WGSN não falar mais de tendência, mas de "comportamentos".
Isso e o livro do Morace do Future Concept Lab estão me deixando um tanto agitada, pensando nos problemas de pensar em público-alvo e consolidar esta busca por comportamentos.
Pensar que estas ideias já não são mais fixas pode ser mais empolgante ainda.

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Falando em Ziguezague, quem - oh! quem? - no mercado todo já não se esgotou com aquela pergunta: "quem vai vestir isso?".
Meu papaizinho, um senhor simples de meia idade já não pergunta mais. E também acha isso de uma obviedade boring.

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Moda é cultura. Moda é texto. Moda é um dispositivo social. A moda trata de diferenciação e de pertencimento.
Moda não é roupa.
A moda também não é a vilã, culpada de todas as mazelas da humanidade.

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Eu fiquei um pouco cansada, um pouco desgostosa.
Mentira, o que aconteceu é que eu fiquei insatisfeita. Como aquela insatisfação de quem não saciou a fome. Eu não matei minha fome de falar sobre isso, de discutir, de pensar, de escrever.
De largar pra trás a chamada "ditadura da moda".
Que ditadura?
Quem ainda se obriga a comprar tudo que lhe é ofertado?

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Falemos de modismos, então.
O esmalte da fulaninha. O make da siclaninha. O balonê tal que a beltraninha vestiu na capa da revista tal.
No fim, eu acho que as pessoas aderem, não por falta de opção ou pelo que quer que seja.
Intuo que, talvez, ao ver alguém de esmalte laranja na novela aquele bichinho instigado dentro de nós pense "é tão interessante... acho que eu vou testar!".
E não o óbvio e doente "se eu tiver a unha laranja vou ser tão descolada e rica e bonita quanto a moça da novela".
Daí, as pessoas fazem - ou deveriam fazer - as suas escolhas.
Minha escolha é não ser mais ruiva.
Minha escolha é evitar o salto alto.
Minha escolha é tirar o mairo proveito da vida e me divertir o máximo que der.
Minha escolha é respeitar a mim e aos outros.

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Você escolhe o que?

segunda-feira, janeiro 25, 2010

Não é assim como se eu não tivesse mais vontade de escrever.
Não me sobra muito tempo - entre todas as outras obrigações - e nem muito desejo de colocar as coisas aqui.
O trabalho é ótimo. Adoro dar aula, adoro meus alunos, meus colegas... E trabalhar num lugar onde você acredita no projeto, putz, quantas pessoas podem dizer o mesmo?
Marido é um grande cara, família vai super bem e faz um dia lindo lá fora.
De resto, xô preguiça e vam'bora curtir a vida.