Por conta de - quase - todas as coisas que podem acontecer em cerca de dois e meses e meio na vida de uma pessoa, de repente me vejo:
1. namorando à distância;
2. de volta à casa dos pais (sort of);
3. com o meu meu meu meu meu recinto*!
Estou amando a minha casinha que ainda não tem fogão e nem sofá. Aqui tudo tem muito a minha cara e tem horas que eu quero gargalhar só de por o pé no alto da escada**.
É a primeira vez que me vejo num lugar só meu.
Cercada da minha maluquice lúdica, com a intenção de sonhar que é uma espécie de casa de boneca freak, e daí?
Bem vindos à Casa dos Maus Hábitos.
* Neste zoológico que e o mundo, o bicho-eu quer um recinto. De preferência do lado das lontras. E longe das ariranhas.
** Por enquanto, o "hall" e a escada estão muito pelados. Mas tenho grandes planos.
quinta-feira, dezembro 09, 2010
sábado, novembro 13, 2010
Minhas Avós
Vovó Joanna: avó de coque
Nunca consegui imaginar minha avó como tendo sido uma criança ou mesmo uma mocinha.
Vovó Joanna, a Sinhá, parecia a mim ter nascido adulta, centrada, calma, tolerante. Sentada na namoradeira de palhinha ou respondendo honestamente às nossas perguntas.
Minha avó tinha a voz grave, o rosto e o corpo bem magros e compridos, era alta e usava dentadura.
Tinha os cabelos compridos, ralos e grisalhos sempre presos num coque baixo. Coque de vó. Minha mãe diz que já a viu de cabelo solto, mas eu duvido um pouco. Pra mim, o cabelo da vovó vinha daquele jeito.
Eu quase não lembro dela como um todo. Lembro do sorriso, da voz, das roupas e - intensamente - da pele dos braços.
Lembro do verão em que ela morreu. De ter me deitado na rede com ela e conversado. Como sempre e com tudo, toquei a minha avó com as pontas dos dedos. A pele enrugada e pintadinha. A textura da pele dela me emociona até hoje. Busco por aí, acho que parece anarruga.
Minha avó usava saias retas com fenda atrás e camisas brancas. Nas festas, vestia roupas lindas, vestidos bem fechados de manga comprida, estampados e sandálias de salto, mostrando seus pés magrelinhos.
Nunca se zangava. E nunca, nunca, gritava.
Vovó Filhinha: a avó de calça jeans
O nome dela era Thenedina, mas eu só vim a saber disso aos oito anos. Era Filhinha e era a minha avó.
Pra mim, era difícil pensar nela como uma velhinha.
Talvez, porque ela era muito miúda e estava sempre inventando alguma coisa, viajando ou brincando com a gente. Ela me ensinou a patinar. E a cair. E a me levantar.
Vovó inventou o "rebunazona", prato delicioso de sobras de geladeira, mas nunca me avisou que não devia falar o nome do prato na frente de estranhos. Quase me rendeu uma meia dúzia de castigos...
Quando ganhei, aos seis anos, meu primeiro estojo de maquiagem, gastei quase todo nela, que ficava bonita como a Noiva do Frankenstein, mas, mesmo assim, não lavava o rosto.
Ela tinha o cabelo branquinho e curto e estava sempre muito ajeitadinha, de calça jeans e camiseta.
Vovó levava a gente pra ver o carnaval, fazia roupas pras minhas bonecas e não ficava muito brava quando eu brincava com o pompom da talqueira ou com o lizeuse salmão que ela tinha pendurado no armário e não usava nunca.
Minha avó era pequena, mas era imensa.
Nunca consegui imaginar minha avó como tendo sido uma criança ou mesmo uma mocinha.
Vovó Joanna, a Sinhá, parecia a mim ter nascido adulta, centrada, calma, tolerante. Sentada na namoradeira de palhinha ou respondendo honestamente às nossas perguntas.
Minha avó tinha a voz grave, o rosto e o corpo bem magros e compridos, era alta e usava dentadura.
Tinha os cabelos compridos, ralos e grisalhos sempre presos num coque baixo. Coque de vó. Minha mãe diz que já a viu de cabelo solto, mas eu duvido um pouco. Pra mim, o cabelo da vovó vinha daquele jeito.
Eu quase não lembro dela como um todo. Lembro do sorriso, da voz, das roupas e - intensamente - da pele dos braços.
Lembro do verão em que ela morreu. De ter me deitado na rede com ela e conversado. Como sempre e com tudo, toquei a minha avó com as pontas dos dedos. A pele enrugada e pintadinha. A textura da pele dela me emociona até hoje. Busco por aí, acho que parece anarruga.
Minha avó usava saias retas com fenda atrás e camisas brancas. Nas festas, vestia roupas lindas, vestidos bem fechados de manga comprida, estampados e sandálias de salto, mostrando seus pés magrelinhos.
Nunca se zangava. E nunca, nunca, gritava.
Vovó Filhinha: a avó de calça jeans
O nome dela era Thenedina, mas eu só vim a saber disso aos oito anos. Era Filhinha e era a minha avó.
Pra mim, era difícil pensar nela como uma velhinha.
Talvez, porque ela era muito miúda e estava sempre inventando alguma coisa, viajando ou brincando com a gente. Ela me ensinou a patinar. E a cair. E a me levantar.
Vovó inventou o "rebunazona", prato delicioso de sobras de geladeira, mas nunca me avisou que não devia falar o nome do prato na frente de estranhos. Quase me rendeu uma meia dúzia de castigos...
Quando ganhei, aos seis anos, meu primeiro estojo de maquiagem, gastei quase todo nela, que ficava bonita como a Noiva do Frankenstein, mas, mesmo assim, não lavava o rosto.
Ela tinha o cabelo branquinho e curto e estava sempre muito ajeitadinha, de calça jeans e camiseta.
Vovó levava a gente pra ver o carnaval, fazia roupas pras minhas bonecas e não ficava muito brava quando eu brincava com o pompom da talqueira ou com o lizeuse salmão que ela tinha pendurado no armário e não usava nunca.
Minha avó era pequena, mas era imensa.
domingo, outubro 10, 2010
Nascer - Para o Sarau na CASA3
O caso não é de acaso.
Sou esse tipo aborrecido que implica com as palavras e o acaso é uma dessas que incomoda.
Quase caí na armadilha de me acomodar no assento quentinho do acaso para dizer que, por acaso lia o livro novo de Rosane Preciosa quando soube do mote deste sarau.
Rapidamente, fui assaltada pela lembranca do Professor Carlos Egydio Alonso, nos ensinado I-Ching a fim de trabalharmos composicão. Com o oráculo na mão, Carlão dizia que o acaso é improvável e que os encontros por "acaso" só acontecem porque nos lancamos em busca dessas convergências.
Assim, não é um acaso, não é o destino ou uma feliz coincidência este encontro de fazer nascer.
Lia Rosane e fui desdobrando a partir dela:
"O modo de nascer é por sua conta".
Nascemos assim, de modos mais ou menos tradicionais, com uma porcão maior ou menor de trauma. Da mesma forma fazemos nascer.
"Por guia, apenas uma razão ardente, capaz de disseminar projetos de existência nada uniformes".
Me faz pensar que o nascer, crise e oportunidade num só ato, é a primeira estacão de uma paixão mais ou menos extensa.
Nos ocupamos, vida a fora, de engendrar projetos - de nós mesmos? - a fim de fazer nascer e renascer continuamente, inventando "um arrevesado sentido para a existência".
Criar, nascer, inventar. Buscar rotas de fuga, obrigatoriamente, sem as quais encontra-se a extincão.
Recriar, renascer, reinventar continuamente, a partir da fome por novas solucões, novos caminhos, novas paisagens. Rompendo com o conforto quentinho de um útero que já não comporta.
Abrir caminhos para existir. Sempre.
Nascer.
terça-feira, agosto 03, 2010
Tendo uma pequena crise...
... de meia-idade? De identidade? De personalidade?
Eu poderia continuar pra sempre com essas coisas que terminam em idade.
Talvez essa seja a dica: eu posso ter antecipado meu inferno astral, misturado com o do hubbie e apostando em Agosto como o mês do cachorro louco, tenha pirado.
O caso é que eu olho pra frente e quero viver o agora, e com meus planos e meus desejos, talvez seja preciso mudar algo mais que a cor do cabelo.
Estou plena e feliz em muitas coisas e preciso de pequenos ajustes para as outras. Não tenho vocação para o drama. Só tenho vontade de ser feliz, feliz e feliz a não mais poder.
Oh, Lord... Please don't let me be misunderstood...
Eu poderia continuar pra sempre com essas coisas que terminam em idade.
Talvez essa seja a dica: eu posso ter antecipado meu inferno astral, misturado com o do hubbie e apostando em Agosto como o mês do cachorro louco, tenha pirado.
O caso é que eu olho pra frente e quero viver o agora, e com meus planos e meus desejos, talvez seja preciso mudar algo mais que a cor do cabelo.
Estou plena e feliz em muitas coisas e preciso de pequenos ajustes para as outras. Não tenho vocação para o drama. Só tenho vontade de ser feliz, feliz e feliz a não mais poder.
Oh, Lord... Please don't let me be misunderstood...
terça-feira, julho 27, 2010
Mas, você trabalha ou só dá aula?
Hoje eu passei o dia estudando.
E foi muito proveitoso. Sempre é.
Isso me faz gostar ainda mais do meu trabalho, dar aula é muito bom.
Existem muitos aspectos: tem a troca com o aluno, aquele momento em que ele entende o que você vem falando nos últimos dois meses. Eu ganho o dia com isso!
Tem também o momento em que você aprende, alguém com uma perspectiva nova te mostra uma outra face de algo que você acreditava já desvendado.
Tem a sala dos professores, onde ri-se muito, mas também a discussão saudável e outro nível de descoberta.
Tem as muitas horas de leitura e preparação para que cada aula aconteça.
É tanto empenho, tanto tempo, que nas últimas vezes que preenchi formulários, em profissão eu escrevi "professora universitária". Sou designer de Moda, ilustradora, mas essas coisas vem depois, acontecem entre-aulas, ou nas férias.
Nestas férias estou um pouco ilustradora.
Mas hoje mesmo - por "n" motivos, a começar pela presença da minha diarista que é um post a parte - estou professora 1.000.000%.
E gostando demais.
E foi muito proveitoso. Sempre é.
Isso me faz gostar ainda mais do meu trabalho, dar aula é muito bom.
Existem muitos aspectos: tem a troca com o aluno, aquele momento em que ele entende o que você vem falando nos últimos dois meses. Eu ganho o dia com isso!
Tem também o momento em que você aprende, alguém com uma perspectiva nova te mostra uma outra face de algo que você acreditava já desvendado.
Tem a sala dos professores, onde ri-se muito, mas também a discussão saudável e outro nível de descoberta.
Tem as muitas horas de leitura e preparação para que cada aula aconteça.
É tanto empenho, tanto tempo, que nas últimas vezes que preenchi formulários, em profissão eu escrevi "professora universitária". Sou designer de Moda, ilustradora, mas essas coisas vem depois, acontecem entre-aulas, ou nas férias.
Nestas férias estou um pouco ilustradora.
Mas hoje mesmo - por "n" motivos, a começar pela presença da minha diarista que é um post a parte - estou professora 1.000.000%.
E gostando demais.
domingo, julho 25, 2010
Festa de família
Ontem foi a festa dos 70 anos bem vividos do tio Chico.
(D'us permita que eu chegue lá com a mesma disposição, vitalidade, pele boa e - obviamente - com mais cabelo...)
Maluquices e rebeldias à parte - sim, sim, eu sempre fui o boi corneta desse clã - as reuniões de família sempre foram eventos aguardados e vividos com uma certa ansiedade. Rever os primos, saber as fofocas, ver todos os tios reunidos. Agora tem também a próxima geração, os filhos dos meus primos e irmãos que fazem uma festa à moda deles. Do mesmo jeito que a gente fazia.
Agora, com mais de 30 anos, estou na geração do meio, que fica de olho nos velhinhos e nas crianças, e, entre uma tacinha de champa e outra, lembra que o Guto abandonava por todos os cantos suas Chiclete com Banana e Planeta Diário e os gibis do Crumb e que isso mudou minha visão de mundo... hahahaha... lá pelos 8 anos de idade.
É, nessa família não dava pra ser muito normal mesmo.
Ainda bem!
(D'us permita que eu chegue lá com a mesma disposição, vitalidade, pele boa e - obviamente - com mais cabelo...)
Maluquices e rebeldias à parte - sim, sim, eu sempre fui o boi corneta desse clã - as reuniões de família sempre foram eventos aguardados e vividos com uma certa ansiedade. Rever os primos, saber as fofocas, ver todos os tios reunidos. Agora tem também a próxima geração, os filhos dos meus primos e irmãos que fazem uma festa à moda deles. Do mesmo jeito que a gente fazia.
Agora, com mais de 30 anos, estou na geração do meio, que fica de olho nos velhinhos e nas crianças, e, entre uma tacinha de champa e outra, lembra que o Guto abandonava por todos os cantos suas Chiclete com Banana e Planeta Diário e os gibis do Crumb e que isso mudou minha visão de mundo... hahahaha... lá pelos 8 anos de idade.
É, nessa família não dava pra ser muito normal mesmo.
Ainda bem!
terça-feira, julho 13, 2010
Por que as coisas não funcionam?
* Estou às voltas com o cartório onde fui registrada, lá no fim do mundo do Mato Grosso do Sul.
Faz um tempo, provavelmente entre-mudanças, perdi minha certidão de nascimento.
Ok, férias, vamos resolver essas pendências.
Me mandei pro poupa tempo, consegui o telefone de lá, passei uma manhã ligando até que alguém se lembrou de atender o aparelho.
Tudo certo, fui ao banco, fiz o depósito para receber por sedex o documento, colei numa folha bonitinha, com meus dados e endereço IMPRESSOS, porque ninguém merece tentar ler a letra de ninguém e mandei o fax.
Mais de uma semana depois, nada do meu documento chegar.
Liguei no cartório e sabe o que aconteceu?
MINHA CERTIDÃO DE NASCIMENTO ESTÁ VOLTANDO PRA LÁ!
Sabe porque?
PORQUE ALGUMA CRIATURA DO ALÉM, AO INVÉS DE FAZER O PRÓPRIO TRABALHO COM O MÍNIMO DE ATENÇÃO EXIGIDA, MANDOU O DOCUMENTO PRO NÚMERO ERRADO.
Agora o papel, que devia estar na minha mão no dia 8, está lá.
Alguém vai ter que refazer o próprio trabalho.
O cartório vai ter que pagar a taxa de novo.
Donde se tira que trabalha dobrado quem faz as coisas mal feitas.
É por isso que as coisas nesse país funcionam assim, mais ou menos capengando.
...
Ouvindo Empire State of Mind
E hoje à noite tem pré-estréia de Dzi Croquettes.
Faz um tempo, provavelmente entre-mudanças, perdi minha certidão de nascimento.
Ok, férias, vamos resolver essas pendências.
Me mandei pro poupa tempo, consegui o telefone de lá, passei uma manhã ligando até que alguém se lembrou de atender o aparelho.
Tudo certo, fui ao banco, fiz o depósito para receber por sedex o documento, colei numa folha bonitinha, com meus dados e endereço IMPRESSOS, porque ninguém merece tentar ler a letra de ninguém e mandei o fax.
Mais de uma semana depois, nada do meu documento chegar.
Liguei no cartório e sabe o que aconteceu?
MINHA CERTIDÃO DE NASCIMENTO ESTÁ VOLTANDO PRA LÁ!
Sabe porque?
PORQUE ALGUMA CRIATURA DO ALÉM, AO INVÉS DE FAZER O PRÓPRIO TRABALHO COM O MÍNIMO DE ATENÇÃO EXIGIDA, MANDOU O DOCUMENTO PRO NÚMERO ERRADO.
Agora o papel, que devia estar na minha mão no dia 8, está lá.
Alguém vai ter que refazer o próprio trabalho.
O cartório vai ter que pagar a taxa de novo.
Donde se tira que trabalha dobrado quem faz as coisas mal feitas.
É por isso que as coisas nesse país funcionam assim, mais ou menos capengando.
...
Ouvindo Empire State of Mind
E hoje à noite tem pré-estréia de Dzi Croquettes.
terça-feira, janeiro 26, 2010
São Paulo Atlântida
Chove. Cidade em estado de atenção.
A manhã foi de sol e calor. Mas... lá pelas três da tarde, tudo muda, o vento levanta a poeira e balança as árvores.
A chuva cai e alaga meia cidade. Estou confinada.
***
Depois da apresentação do Ziguezague, um monte de pensamentos.
Também muitas leituras e reflexões.
Tem aquele comentário do Fefê sobre o WGSN não falar mais de tendência, mas de "comportamentos".
Isso e o livro do Morace do Future Concept Lab estão me deixando um tanto agitada, pensando nos problemas de pensar em público-alvo e consolidar esta busca por comportamentos.
Pensar que estas ideias já não são mais fixas pode ser mais empolgante ainda.
***
Falando em Ziguezague, quem - oh! quem? - no mercado todo já não se esgotou com aquela pergunta: "quem vai vestir isso?".
Meu papaizinho, um senhor simples de meia idade já não pergunta mais. E também acha isso de uma obviedade boring.
***
Moda é cultura. Moda é texto. Moda é um dispositivo social. A moda trata de diferenciação e de pertencimento.
Moda não é roupa.
A moda também não é a vilã, culpada de todas as mazelas da humanidade.
***
Eu fiquei um pouco cansada, um pouco desgostosa.
Mentira, o que aconteceu é que eu fiquei insatisfeita. Como aquela insatisfação de quem não saciou a fome. Eu não matei minha fome de falar sobre isso, de discutir, de pensar, de escrever.
De largar pra trás a chamada "ditadura da moda".
Que ditadura?
Quem ainda se obriga a comprar tudo que lhe é ofertado?
***
Falemos de modismos, então.
O esmalte da fulaninha. O make da siclaninha. O balonê tal que a beltraninha vestiu na capa da revista tal.
No fim, eu acho que as pessoas aderem, não por falta de opção ou pelo que quer que seja.
Intuo que, talvez, ao ver alguém de esmalte laranja na novela aquele bichinho instigado dentro de nós pense "é tão interessante... acho que eu vou testar!".
E não o óbvio e doente "se eu tiver a unha laranja vou ser tão descolada e rica e bonita quanto a moça da novela".
Daí, as pessoas fazem - ou deveriam fazer - as suas escolhas.
Minha escolha é não ser mais ruiva.
Minha escolha é evitar o salto alto.
Minha escolha é tirar o mairo proveito da vida e me divertir o máximo que der.
Minha escolha é respeitar a mim e aos outros.
***
Você escolhe o que?
A manhã foi de sol e calor. Mas... lá pelas três da tarde, tudo muda, o vento levanta a poeira e balança as árvores.
A chuva cai e alaga meia cidade. Estou confinada.
***
Depois da apresentação do Ziguezague, um monte de pensamentos.
Também muitas leituras e reflexões.
Tem aquele comentário do Fefê sobre o WGSN não falar mais de tendência, mas de "comportamentos".
Isso e o livro do Morace do Future Concept Lab estão me deixando um tanto agitada, pensando nos problemas de pensar em público-alvo e consolidar esta busca por comportamentos.
Pensar que estas ideias já não são mais fixas pode ser mais empolgante ainda.
***
Falando em Ziguezague, quem - oh! quem? - no mercado todo já não se esgotou com aquela pergunta: "quem vai vestir isso?".
Meu papaizinho, um senhor simples de meia idade já não pergunta mais. E também acha isso de uma obviedade boring.
***
Moda é cultura. Moda é texto. Moda é um dispositivo social. A moda trata de diferenciação e de pertencimento.
Moda não é roupa.
A moda também não é a vilã, culpada de todas as mazelas da humanidade.
***
Eu fiquei um pouco cansada, um pouco desgostosa.
Mentira, o que aconteceu é que eu fiquei insatisfeita. Como aquela insatisfação de quem não saciou a fome. Eu não matei minha fome de falar sobre isso, de discutir, de pensar, de escrever.
De largar pra trás a chamada "ditadura da moda".
Que ditadura?
Quem ainda se obriga a comprar tudo que lhe é ofertado?
***
Falemos de modismos, então.
O esmalte da fulaninha. O make da siclaninha. O balonê tal que a beltraninha vestiu na capa da revista tal.
No fim, eu acho que as pessoas aderem, não por falta de opção ou pelo que quer que seja.
Intuo que, talvez, ao ver alguém de esmalte laranja na novela aquele bichinho instigado dentro de nós pense "é tão interessante... acho que eu vou testar!".
E não o óbvio e doente "se eu tiver a unha laranja vou ser tão descolada e rica e bonita quanto a moça da novela".
Daí, as pessoas fazem - ou deveriam fazer - as suas escolhas.
Minha escolha é não ser mais ruiva.
Minha escolha é evitar o salto alto.
Minha escolha é tirar o mairo proveito da vida e me divertir o máximo que der.
Minha escolha é respeitar a mim e aos outros.
***
Você escolhe o que?
segunda-feira, janeiro 25, 2010
Não é assim como se eu não tivesse mais vontade de escrever.
Não me sobra muito tempo - entre todas as outras obrigações - e nem muito desejo de colocar as coisas aqui.
O trabalho é ótimo. Adoro dar aula, adoro meus alunos, meus colegas... E trabalhar num lugar onde você acredita no projeto, putz, quantas pessoas podem dizer o mesmo?
Marido é um grande cara, família vai super bem e faz um dia lindo lá fora.
De resto, xô preguiça e vam'bora curtir a vida.
Não me sobra muito tempo - entre todas as outras obrigações - e nem muito desejo de colocar as coisas aqui.
O trabalho é ótimo. Adoro dar aula, adoro meus alunos, meus colegas... E trabalhar num lugar onde você acredita no projeto, putz, quantas pessoas podem dizer o mesmo?
Marido é um grande cara, família vai super bem e faz um dia lindo lá fora.
De resto, xô preguiça e vam'bora curtir a vida.
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