Tenho que escrever.
Odeio isso. Eu TENHO que fazer alguma coisa e aí, um mecanismo "x" me desprograma e eu não consigo fazer.
No início, achei que, como tem acontecido desde o início do semestre, eu ia ver o prazo apertando e ia me emputecer e simplesmente ia conseguir tirar de dentro das minhas leituras e conclusões um artigo que não parecesse com nada mais nada menos que um texto acadêmico.
Oh mighty fuck, eu não gosto dos textos acadêmicos.
Por sinal, prefiro escrever livremente.
Muito bem. Quem sabe se eu tentar isso?
Pois, meu caro bulógue, eu tô tentando. Desde as 14 horas, lutando contra a rinite, o sono e a barulheira e o medo de soar banal e desinteressante.
E, mais que isso, massacrante e chata.
Fora aquele problema fatal que é o tal do Design de Moda.
Mas esse eu acho que consegui amarrar.
Resolver, não. Concluir também não precisa.
Putz, me dá leveza e aquele insight? Pode ficar com o troco...
Fora essas dores, vem aquela culpa. Se eu tivesse lido mais (mais o quê?), se eu tivesse me dedicado mais (como????).
Mas como eu nego e nego e nego a culpa e só me prendo à responsabilidade, ok, um abraço. Logo mais, eu escrevo mais, de novo.
Outras tantas coisas - não mais drogas e rock n' roll
Parece que eu deveria sentir falta e achar que o mundo inteiro se diverte enquanto eu estudo, leio e durmo, vou ao cinema e converso com gente que eu gosto.
Mas é que eu não gosto de gente de plástico, com aquela estética montada, tudo tão previsto e superficialmente surpreendente.
É aquele papo das supostas vanguardas que só matraqueiam o que ouviram falar (e onde está a vanguarda nisso?).
E isso tudo me cansa.
Me cansam ares de superioridade, me cansa o desdém e a indelicadeza. Me cansa aquela conversa de gente "descolada" que gira em torno de nada e do nada enorme que essas figuras são. É um imediatismo punk (no future), uma colagem grotesca e escapista de um viver.
Sinto um enorme cansaço com pendores artísticos de fazedores de bricabraques, ou com aquele papo de filosofia em que se lançam dois ou três nomes de peso sem fazer nenhuma relação. Como se dizer "Nietzche" agora e "Lacan" logo adiante representasse muito.
Sendo diferente
Nesse momento confessional de maus hábitos, suponho que vale contar que eu nunca fui um exemplar da espécie que parecesse muito com todo mundo.
E aquela história da adolescência, de ter amigos com quem você se identifica também não foi lá muito verdade. Minhas amigas e meus amigos não eram muito parecidos comigo e eu até fiz - pouca - força pra gostar do que eles gostavam, mas, bom, com o tempo a gente se contenta em ser... diferente.
Durante o primeiro curso superior, ao contrário da maioria, eu não gostava do que fazia. E mais, eu não sentia muita vontade de gostar. E era feminista, o que era confundido com lésbica. Será que ainda é, ou a patrulha do politicamente correto impede todo mundo de sequer questionar?
De toda forma, feminista, heterossexual, estudando arquitetura, querendo fazer moda, lendo por horas a fio e sem vontade nenhuma de estar ali, o que eu uqeria com a imagem respeitável das arquitetas de luzes suaves e chapinha, de saltos na obra?
Bom, aí eu fui fazer Moda e experimentei toda sorte de abuso estético, tirando o megahair... E até isso é um exagero. Porque não experimentei tanto, mudei um pouco, encontrei outros caminhos, mas aquilo que sempre me fez diferente de início não muda.
Ainda não consigo encontrar um lugar para convergir, alguém pra falar das coisas que eu penso, um eco em algum lugar.
Ainda sou diferente. Não incomoda ser diferente, mas esse pensar solitário é de enlouquecer.
2 comentários:
Ai ai ai!!!
Nem falo nada, senão posso causar a 3ª GM.
Rsrsrs!!!
Mas já conversamos sobre esses assuntos outro dia, rapidamente pelo telefone.
Saudades da senhorita!!!
Saudades dos seus maus hábitos!!!
Rsrsrs!!!
Bjus
Ótimo que sejas diferente.
Tipo... não achas que se essas "idéias diferentes" ficarem só pra ti seria um desperdício (eita palavra chatinha de escrever)?
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